A inspiração de difundir a Educação para Paz nas Escolas proveio, não de filósofos, estudiosos ou pedagogos, mas da iniciativa de um grupo de jovens de Igarassu engajados no Movimento Juvenil pela Unidade. Representantes desses jovens, incluindo dois ex-alunos da Escola Santa Maria, participaram em Chiba, no Japão, da I Conferência Juvenil para o Futuro, onde, adolescentes, representantes de 40 países e de diversos credos, estudaram, debateram temas da atualidade e traçaram metas para a construção de um mundo de paz e, com grande esperança, elaboraram mensagens para governantes e líderes civis e religiosos do mundo inteiro.
O trabalho pela Paz deste grupo juvenil não se restringiu ao envio de mensagens; ao retornar à cidade de Igarassu/PE buscou, junto aos representantes políticos locais, o apoio e o compromisso para inserir nas Escolas uma nova disciplina: Educação para a Paz. A abertura e a pronta adesão do Prefeito, vereadores e da Secretaria de Educação à proposta, permitiram que fosse sancionada a Lei no 2.351 de 28.12.2000, oficializando a inserção desta nova disciplina no currículo do Ensino Fundamental.
Para a implementação concreta da nova Lei, foi determinante a experiência educativa da Escola Santa Maria, onde a Educação para Paz é um dos pilares que sustenta seu agir pedagógico e é vivenciada por toda comunidade escolar.
Para a execução da Lei, no entanto, era necessário a elaboração de um projeto e de uma proposta curricular. Para tal, constituiu-se um grupo interdisciplinar – professores universitários, psicólogos, pedagogos, assistentes sociais – formado por membros dos Movimentos Humanidade Nova e Juvenil pela Unidade, da Escola Santa Maria e da Secretaria Municipal de Educação, que viabilizou a implantação da Educação para a Paz em duas escolas piloto: Escola José Luiz Sampaio (350 alunos) e Escola Cecília Maria Vaz (1.448 alunos). Nestas duas escolas, o Ensino Fundamental, de 1a à 4a série, foi enriquecido com a nova disciplina e as turmas de 5a à 8a série contempladas com temas transversais sobre a “cultura da paz”.
Os resultados foram muito positivos e o Projeto suscitou o interesse de Educadores em geral, Escolas, Secretarias de Educação. Para atender tal demanda formou-se uma Equipe de Educação para Paz que organizou quatro Simpósios na Mariápolis Santa Maria, incluindo na programação a visita à Escola Santa Maria; preparou e esteve presente em momentos de formação em Escolas de vários estados do Nordeste; reuniu-se com gestores; realizou visitas de acompanhamento onde o Projeto foi implantado; participou em eventos promovidos pela academia e outros; produziu artigos e lançou 2 volumes da coletânea Educação para Paz – Arte de Amar, pela Editora Universitária da Universidade Federal de Pernambuco.